quinta-feira, 29 de março de 2007

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Ela é pequena, quente, feia e talvez uma aberração perto dos imóveis vizinhos, mas era a minha casa! A casa que faz parte da minha história, o lugar onde aprendi a andar de patins no quintal, onde brincava de amarelinha riscando o chão com lajota, me balançava com a antiga rede do vovô, riscava as paredes com carvão do fogão a lenha da minha falecida avó, onde meus amigos freqüentam sem nenhum pudor, sem nenhuma vergonha ou cuidado. É o lugar onde passei inúmeros aniversários, onde aprendi a andar, comer, chorar, viver. E numa hora pra outra recebo a notícia de que ela vai ser destruída para dá lugar a lojas “bem localizadas” na avenida principal da cidade.

Ótimo, em cima teremos uma nova casa, moderna, confortável e linda, mas e todo o valor sentimental que a outra possui? Esse melodrama pode parecer engraçado e antiquado por querer questionar algo que até agora parece ser a melhor coisa para todos da família. Não é reclamação é apenas tristeza, mesmo sabendo que a mudança será para melhor eu tenho certeza que vou sentir saudades de cada cantinho daquele lugar.

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